Organizações pedem que França repare Haiti por dívida da independência
Escrito por Agência DM3 em 17/04/2025
Organizações sociais e populares da América Latina e do Caribe entregaram ao governo da França, nesta quinta-feira (17), uma epístola ensejo exigindo que o país europeu compense o Haiti pela dívida de 150 milhões de francos cobrada da ilhéu caribenha pelo reconhecimento da sua independência, ocorrida há exatamente 200 anos.
“É hora de a França reconhecer, restaurar e reparar essa dívida com o povo do Haiti”, exigem as organizações que assinam a epístola, porquê a Julibeo Sur/Américas, que reúne coletivos, movimentos populares e organizações da América Latina e Caribe.
O governo gaulês reconheceu hoje a injustiça contra o Haiti, anunciou a geração de uma percentagem para examinar a história da dívida, mas não mencionou qualquer ressarcimento financeira.
Atualmente, o país caribenho vive grave crise humanitária, com mais da metade da população enfrentando penúria aguda, além de problemas de segurança, com mais de 80% da capital, Porto Príncipe, controlada por gangues armadas. Estima-se que o Haiti pagou o equivalente a US$ 560 milhões, valor que, se tivesse ficado no país, teria ampliado US$ 21 bilhões à economia do país ao longo do tempo.
A Anistia Internacional reforçou que organizações do Haiti e de sua diáspora no exterior exigem que a França compense seu pretérito colonial, uma vez que os efeitos da dívida da independência persistem até hoje.
“O colonialismo, a escravidão e o tráfico de escravos não são coisas do pretérito; seus efeitos tiveram um impacto eterno no Haiti. A França tem a obrigação permitido, sob o recta internacional, de fornecer reparações e mourejar com as consequências duradouras da dupla dívida, da escravidão, do tráfico de escravos e do colonialismo”, disse Erika Guevara Rosas, diretora da Anistia Internacional.
Segundo a Anistia Internacional, o Haiti gastava 80% de seu orçamento pátrio com o pagamento da dívida externa em 1900. Ao longo da história, governos haitianos e a Comunidade de Países Caribenhos (Caricom) têm exigido que a França compense o Haiti pela dívida da independência.
200 anos
Em 17 de abril de 1825, o Haiti firmou consonância com a França, sob os canhões da frota francesa, para Paris reconhecer sua independência posteriormente 21 anos de bloqueio econômico e mercantil das maiores potências da idade. Especialistas consideram que a pesada dívida imposta à nascente república contribuiu decisivamente para tornar o país aquele que é considerado hoje o mais pobre das Américas.
“A atual crise no Haiti, um verdadeiro genocídio soturno, é um dos resultados dessa dívida. Entre as principais causas do gangsterismo no Haiti estão a pobreza crônica e as desigualdades sociais acumuladas e reproduzidas ao longo de dois séculos de asfixia neocolonial”, destaca o documento das organizações latino-americanas e caribenhas para o governo da França.
Os signatários da epístola ensejo argumentam que, em vez de investir em infraestrutura, serviços públicos e desenvolvimento industrial, “a riqueza do povo haitiano foi usada para beneficiar a França, ajudando a torná-la uma das maiores economias do mundo”.
França
O governo do presidente Emmanuel Macron reconheceu, nesta quinta-feira, que a dívida pela independência do Haiti exigida pelo Rei Carlos X, da França, impôs um “fardo pesado” sobre o país caribenho.
“Reconhecer a verdade da história é recusar o esquecimento e o apagamento. Cabe também à França assumir sua parcela de verdade na construção da memória”, disse Macron, em nota.
O governo gaulês anunciou a geração de uma percentagem conjunta franco-haitiana para examinar o pretérito. “Esta percentagem proporá recomendações aos dois governos para que aprendam lições e construam um horizonte mais pacífico”, disse.
O presidente Macron não indicou, todavia, qualquer reparação financeira, porquê exigem as organizações políticas e sociais haitianas, da América Latina e do Caribe.
Independência
Considerada a mais lucrativa colônia do mundo no século 18, o Haiti conquistou a independência em 1804, tornando-se a primeira país negra livre do mundo e o primeiro país independente da América Latina e Caribe. Foi ainda o primeiro país a suprimir a escravidão no planeta.
A libertação em relação à França foi conquistada posteriormente sangrenta guerra promovida por ex-escravizados, sob a liderança de Toussaint Louverture, que derrotaram os exércitos da Inglaterra, da Espanha e da França que, na idade, era governada por Napoleão Bonaparte.
Depois expulsar as tropas de Napoleão, o Haiti estava completamente devastado e ainda teve que viver 21 anos sob bloqueio econômico. Somente em 1825 foi reconhecido pelas potências ocidentais porquê país soberana por meio do pagamento de uma dívida aos ex-senhores de escravizados e donos de terras franceses. A dívida levou 122 anos para ser paga.
“Essa dívida consumiu a maior segmento dos recursos fiscais e comerciais do Haiti, forçando-o a tomar empréstimos de bancos franceses, americanos e alemães para executar um consonância tão injusto”, diz o documento assinado por movimentos populares latino-americanos e caribenhos.
*Texto diferente às 14h45 para acréscimo de informação